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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Parasitas Games - A polêmica dos jogos violentos


Esse tema vem me incomodando há muito tempo pelo fato de que a única opinião que vemos na mídia é a de quem não entende realmente do assunto. Por exemplo, a psicóloga pode entender da influencia dos jogos na mente das pessoas se ela nem conhece ou já jogou o game que menciona em seus livros? Um Juiz pode proibir um game com a justificativa de que ele é nocivo à saúde sem nem conhecer a história? Ele nunca jogou, não conhece o enredo, não conhece o ambiente, não conhece a razão do personagem fazer o que faz. Prova disso foi a afirmação que infelizmente vi um jornalista fazer em pleno noticiário, dizendo que no game Grand Theft Auto é necessário assassinar prostitutas para somar pontos. Sinceramente, eu não jogaria um game assim. Quem falou isso para ele? De onde ele tirou essa informação? Certamente ele não jogou o game. O que quero afirmar é que a opinião de quem joga quase nunca é considerada. 
Então, Acreditando que meus conhecimentos em relação à mídia eletrônica interativa valem alguma coisa, vamos analisar a seguinte questão: Um jogo violento pode levar uma pessoa a cometer um ato violento? Antes de responder preciso generalizar a pergunta, então lá vai: Os videogames podem influenciar as pessoas? A resposta é sim, como todo tipo de mídia. Claro que games influenciam, assim como a televisão, os livros, a música, a internet e etc. Nesse momento depende da pessoa filtrar o que acha ser útil para ela e descartar o que acreditar ser inútil.



Não somos macacos para sairmos imitando tudo que vemos. Uma vez li um depoimento de um jogador que falava assim: “Nunca saí pulando na cabeça das pessoas depois de jogar Super Mario World”. Claro que foi uma maneira inteligente e cômica de escapar da pergunta mais ao analisarmos chegamos à conclusão de que não havia tantos casos de crimes e incidentes envolvendo jogadores de videogame no tempo em que os gráficos dos jogos eram apenas sprites coloridos, a chamada era dos 8 e 16bits, nas décadas de 80 e 90, quando, de fato, os jogos tinham um apelo mais infantil - ou, no mínimo, a tecnologia não era capaz de projetos mais ambiciosos. Não que todos os títulos fossem infantis naquele tempo, pois já haviam games “sanguinolentos” como Carmageddon, Mortal Kombat e Doom. Isso nos leva a outra pergunta: os games passaram a influenciar a mente dos jovens quando se tornaram mais realistas? E eu rebato com outra pergunta: Realistas como? Como filmes? Entenderam onde quero chegar? Não é o tipo de mídia que tem um poder maior do que a outra de induzir uma pessoa, mas é a própria pessoa que se deixa levar pelo que vê ou ouve.

É absurdamente errado apontar um meio de entretenimento e dizer que ele é responsável pelos atos de pessoas sem opinião e desequilibradas. Se 25% dos assassinos em séries são viciados em games, eu tenho certeza de que 100% deles bebiam água. Devemos abrir os olhos para o fato de que muitas vezes os games é que são influenciados pelo nosso mundo. Por exemplo, um game que tem como tema a vida criminosa de um ex-presidiário vivendo na Miami dos anos 80 que nessa época estava jogada nas guerras de gangues, no tráfico de drogas, e refém da máfia, foi idealizado apenas da mente “insana” de seus produtores? Esse é o caso em que a arte imita a vida (calma aí, quer dizer que eu acho que videogame é arte? Claro! Mas isso é assunto pra outro post) Observe o seguinte texto: “Dois médicos de Havard do Centro Médico de Estudos Mentais desenvolveram uma pesquisa científica sobre o uso de videogames por 1300 alunos de escolas que são jogadores assíduos. A pesquisa foi enfocada sobre os jogos violentos e a tentativa de correlacionar esses jogadores com o crescimento ou a natureza violenta e briguenta dos alunos. Os médicos ficaram surpresos quando encontraram dados que comprovam que, na verdade, os jogos violentos promovem a interação social, o relaxamento e o alívio do estresse nesses alunos. Segundo o seu livro: Grand Theft Childhood: The Surprising TruthAbout Violent Video Games and What Parents Can Do e de forma resumida, o quadro encontrado eraque os jogadores que se concentraram apenas nesse tipo de jogo, merecem atenção especial, mas que os jogadores que acabam misturando as categorias como aventura, RPG, corrida, os jogos violentos ajudam a aliviar e relaxar. É claro que tudo deve ser comedido e que os pais devam se envolver nas atividades dos games, o que é uma abordagem muito interessante. Segundo os médicos os pais devem se envolver com os jogos dos filhos, como se fosse uma outra atividade qualquer"
É nesse ponto que eu quero chegar. Os pais, a criação, a fase em que a pessoa aprenderá a diferenciar o que é certo e o que é errado. Eu me uso como exemplo, já joguei vários games, dos mais variados estilos, incluindo os violentos, inclusive gostaria de ressaltar que já joguei os games mais violentos e realistas (em relação à violência) do mundo, consi
derados os maiores causadores da corrupção e violência nos jovens, acusados de abordarem temas como drogas, assassinato, crimes, prostituição, pornografia e de imporem isso as nossa criancinhas. 

Ora, por favor, como as criancinhas podem jogar um game que possui o temido selo “somente para maiores de 18 anos”, claro que isso é hipocrisia minha, pois talvez nos EUA esse selo tenha algum significado, mas aqui no Brasil um menino de 6 anos pode jogar sem problemas um game proibido para menores. Mas uso esse fato para ressaltar que aqui, onde não há nenhum tipo de fiscalização para que essa lei de restrição etária seja cumprida, não vemos tantos incidentes como nos EUA ou outros países. Mas voltando ao foco, queria dizer que mesmo exposto aos maiores exemplos de games violentos, não me considero uma pessoa violenta, e acredito que quem anda comigo (a maioria não é tão ligada a games como eu) também não me considera uma pessoa com tendências psicopatas. Mas na opinião dos advogados sensacionalistas e dos políticos arbitrários, sou um assassino em série em potencial. Então surge a questão: Os games me influenciaram? Sim. Influenciaram-me a me interessar por informática, a melhorar meu inglês, a estudar mitologia e religiões antigas, me levaram até a produzir filmes! Claro que também aprendi a matar uma pessoa de várias maneiras diferentes usando apenas um martelo, mas eu deixo esse conhecimento para ser usado apenas no mundo virtual, pois aprendi que é errado misturar ficção e realidade.


O fato é que existem pessoas que não conseguem fazer essa separação do real e do virtual, e isso não depende da idade ou da classe social, depende da criação que aquela pessoa teve, dos conceitos que foram ensinados e da capacidade de discernir o certo do errado. Então, após essa reflexão já posso responder a pergunta do início: Um jogo violento pode levar uma pessoa a cometer um ato violento? A resposta é sim. Mas após discutir o tema creio que posso levantar e ao mesmo tempo responder outra pergunta: A culpa disso é do jogo violento? Não.

O texto deste post foi escrito pelo nosso amigo e parceiro  Emanuel Sodré em seu Blog CheckPoint no dia 08 de Abril de 2011. Fica aqui os parabéns dos Parasitas pelo bom e bem escrito texto sobre o assunto. Em breve vamos fazer mais um post de jogos violentos com casos recentes.




3 comentários:

  1. Hoje em dia, colocam muito a culpa das coisa nos Games, quando na verdade a mau educação vem de casa.

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  2. Quando os games estavam começando, a única preocupação e ameaça vinha das mães, que falavam que o vídeo game quebrava a Tv.

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